Parque Lage recebe exposição com imagens produzidas por crianças do Jacarezinho (antes da pacificação) e palestras
A mostra fotográfica “O Muro” já percorreu algumas áreas da cidade, como a comunidade do Jacarezinho, o Museu da República e a Biblioteca Parque de Manguinhos, e agora chega ao Jardim Botânico. A exposição itinerante estreia no dia 11 de janeiro no Parque Lage, no coração da Zona Sul do Rio, e permanecerá no local até 27 de janeiro.
Nesse novo espaço, os visitantes terão ainda a oportunidade de acompanhar palestras com o escultor, artista plástico e arte-educador Helio Rodrigues a fim de entender melhor como foi erguido “O Muro” e ampliar a discussão sobre o tema. Os encontros pretendem aprofundar o diálogo com o público e alertar as pessoas sobre a inclusão social de jovens da favela na sociedade.
Idealizador do projeto, Hélio apresentará a palestra “Estéticas aprisionadas” e vai contar um pouco de sua experiência com crianças e moradores da comunidade do Jacarezinho, que resultou no trabalho. “Quero mostrar a importância da arte na vida dos indivíduos, objetivando o enriquecimento do pensar e a construção de identidades”, declara.
O olhar antes da pacificação – como tudo começou…
Antes da pacificação do Jacarezinho (ocorrida em outubro de 2012), oitenta meninos e meninas, de 8 a 17 anos, usaram a criatividade a fim de mostrar um novo olhar de dentro da favela. O resultado da visão dos jovens fotógrafos é “O Muro”, uma instalação interativa que dá oportunidade a qualquer visitante de enxergar a comunidade através dos olhos de quem vive fora do asfalto.
“O Muro” é resultado do projeto “Eu Sou”, que desde 2005 desenvolve um trabalho de artes plásticas com crianças e adolescentes do Jacarezinho. A proposta para montar a instalação era que as crianças fotografassem o lugar onde moram com o objetivo de mostrá-lo a pessoas que não o conhecem, seguindo a estética artística à qual foram apresentadas. Antes de empunharem as câmeras e retratarem o universo de origem, os jovens participaram de oficinas de sensibilização em que foram estimulados a passar por um processo de transformação do olhar sobre aquele ambiente.
O trabalhou resultou em mais de 200 fotos, das quais 80 estão expostas. Registros de flores, passarinhos e árvores se misturam a fotos que mostram crakeiros e lixo, retratando parte do cotidiano das crianças na comunidade. Segundo Helio Rodrigues, o resultado final foi surpreendente e emocionante:
– Ajudamos as crianças a terem um olhar estético sobre o que já existe e a transformar em arte o que elas veem todos os dias. Agora mostramos ao asfalto esse novo olhar da comunidade, outros ângulos, novas perspectivas.
O Muro
Construído em 80 blocos, “O Muro” guarda no interior os olhares das crianças (fotos), mas seus olhos estarão desenhados do lado de fora, com o intuito de humanizar ainda mais a instalação e instigar a curiosidade das pessoas de olhar através de um buraco (feito na íris) e descobrir o que há do outro lado. A principal finalidade do projeto, como explica Helio, é desconstruir “muros” que existem na sociedade e ampliar opiniões, reduzir preconceitos e aceitar as diversidades.
– A arte não aceita limites, é um meio para transformar vidas. Atravessa, transgride, rompe ou, até mesmo, absorve os obstáculos e deles faz a ferramenta – conclui o artista plástico.
O projeto “Eu sou” e a exposição têm o patrocínio da Farmoquímica e apoio do Ministério da Cultura através da Lei Rouanet – Lei de Incentivo do Ministério da Cultura.
Serviço Exposição + Palestras “O Muro”
Parque Lage: de 11 a 27 de janeiro de 2013
Rua Jardim Botânico, 414, Rio de Janeiro,
Coquetel de inauguração
Dia 11/01: das 19h às 23h
Palestra “Estéticas aprisionadas”
Local: EAV – Escola de Artes Visuais
Dia 11/01: das 20h às 20h45
Dia 23/01: das 19h30 às 20h15
Abordagens
• A instalação “O Muro” como veículo para representação de estéticas aprisionadas.
• Dentro das comunidades marginais, a pessoa e a perda de suas particularidades.
Sem a particularidade, como construir uma identidade individual?
• A pasteurização estética e o consequente resumo estereotipado de seus valores.
Qual o valor estético que eu posso encontrar no meu entorno?
Qual é a estética que eu troco por cima do Muro social?
• A participação da arte na revisão e ampliação do olhar.
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